terça-feira, dezembro 20, 2005

Parte II - A Culpa?

O casal ficou despedaçado... os seus corações batiam mais forte e sangravam lágrimas de angústia em relação ao futuro incerto... Triste sorte...



A partir daqui começaram as desculpas do Sr. Santos: "...a culpa é da Câmara Municipal de Viseu" e mais tarde, "... a culpa é da Caixa Geral de Depósitos".

Ninguém sabia pormenores. O casal falava com os outros compradores mas em vão. Todos tinham sido apanhados de surpresa. Quase todos... Mas isso ficará para outra parte da história...

Hoje, no casal as dúvidas não existem. Está tudo hipotecado à Caixa Geral de Depósitos.
A História é esta:
Em 2001 a Câmara Municipal de Viseu prometeu às Construções Beiral deixar fazer, naquele Lote 84, mais 5 apartamentos do que aquilo que constava do projecto, para compensação de um Bloco que havia sido começado na zona da Rotunda Carlos Lopes em Viseu, e que teria sido deitado abaixo, quando já estava na 3ª placa. Isto é o que toda a gente sabe mas ninguém pode provar. A Câmara teria actuado apenas verbalmente, mas quando houve uma verificação, neste lote 84, e viram mais 5 apartamentos, a Câmara Municipal de Viseu deu o dito pelo não dito... Ora, o prédio foi embargado. O tempo foi passando. Os juros, na Caixa Geral de Depósitos foram aumentando. (Consta-se que a C.G.D. teria dado mais dinheiro à empresa construtora, do que o legalmente estabelecido devido talvez, sabe-se lá porquê, à confiança excessiva que esta lhe oferecia)

(continua)

segunda-feira, dezembro 19, 2005

Parte I - O Lote 84

A minha terra é muito bonita... talvez das mais bonitas cidades da Beira Alta. Mas é pena que os casais jovens em início de vida sejam escorraçados, roubados e humilhados... E tudo com os altos senhores do poder local a ver e nada fazer senão vejam:

Em 2001 um jovem e feliz casal fez um contrato de compra e venda de um apartamento num LOTE 84 daquela nova zona perto do Politécnico, junto ao Bar Palha d'Aço, com uma Empresa Construtora chamada "Construções Beiral, LDA". Deram um sinal de 25 ooo euros(aproximadamente 5000 contos) com o compromisso de dar o restante na altura da escritura. Planos de um futuro risonho, viam-se nos seus rostos... o futuro tristonho esperava-os.


As obras decorriam, eles iam escolhendo os materiais, algumas alterações na planta, os habituais sonhos da decoração perfeita para um novo lar.

Mas um dia tudo parou... mais ou menos 2 anos depois de terem dado o sinal... e o prédio ali quase concluído... tal qual como hoje em dia se encontra.

Os empregados foram todos para o desemprego, enquanto o Sr. Santos (José Amaral dos Santos), um dos sócios da empresa construtora, continuava a afirmar ao casal e a todos os outros futuros moradores, que as obras iam prosseguir, indicando, várias vezes, o próprio dia em que recomeçariam, dando um falso alento às almas já perdidas.

(continua)